rock

C: se fosses uma música, serias Letting the Cables Sleep, dos Bush.

M: ontem lembrei-me de ti a caminho de casa. ia a ouvir uma música... Speed of Sound, dos Coldplay.

[e eu que achava que Zero 7 me assentava como uma luva...]

fronteiras

gostava que cada linha do teu corpo fosse perceptível.

para que o teu olhar falasse.
para que a minha alma ouvisse.

metáfora

claro que se existe um nome, existe também um rosto.

mas nem sempre um rosto é o espelho que reflecte a imagem.

soube que todos os nomes correspondiam, na verdade, a uma imensidão de fantasias e medos.

soube que o mistério era dar-lhes vida, conhecê-los aos poucos.

soube também que tudo era uma metáfora. e gostei.

memória

dos dias quentes.

do mar tranquilo.

dos sonhos na areia.

de segredos, vozes.

de ter uma concha na mão e o mundo inteiro caber lá dentro.

aqui

enquanto percorria aquelas ruas, vivia novamente. subia a marginal, olhava para o mar. desci as escadas e fiz o caminho inverso ao que conhecemos juntos. o teu braço sobre o meu ombro e todas as histórias que contámos.
lá do alto, o sol queimava-me os ombros. naquela altura nascia. estendi a toalha e molhei os pés. lembro-me que em tempos fazíamos o mesmo, mas em pedaços de areia distantes. os calções azuis, lembras-te? estava calor e, uma a uma, as imagens faziam parte de mim. corriam e escondiam-se nos recantos de memória que invocava ali.
caminhei a pé, pela beira do mar. ouvia os sons e as vozes que para nós não existiam. deixava que o mundo à volta seguisse um traço, sem me encaixar nele completamente. corri um pouco para me sentir livre. o biquini escorregou um pouco e consegui ouvir o teu riso, sentir a tua mão ao puxá-lo de novo.
sabes que fazemos parte de tudo isto, não sabes? e que tudo isto faz parte de nós...

perfeito

este é o nosso lugar.