segunda-feira, março 13, 2006

SLB

Excerto de uma entrevista de António Lobo Antunes à revista Visão, onde, às tantas, se evoca a guerra do Ultramar em Angola.

«[...] Visão: Ainda sonha com a guerra?
Lobo Antunes: (...) Apesar de tudo, penso que guardávamos uma parte sã que nos permitia continuar a funcionar. Os que não conseguiam são aqueles que, agora, aparecem nas consultas. Ao mesmo tempo havia coisas extraordinárias. Quando o Benfica jogava, púnhamos os altifalantes virados para a mata e, assim, não havia ataques.

V: Parava a guerra?
L.A.: Parava a guerra. Até o MPLA era do Benfica. Era uma sensação ainda mais estranha porque não faz sentido estarmos zangados com pessoas que são do mesmo clube que nós. O Benfica foi, de facto, o melhor protector da guerra. E nada disto acontecia com os jogos do Porto e do Sporting, coisa que aborrecia o capitão e alguns alferes mais bem nascidos. Eu até percebo que se dispare contra um sócio do Porto, mas agora contra um do Benfica?

V: Não vou pôr isso na entrevista.
LA: Pode pôr. Pode pôr. Faz algum sentido dar um tiro num sócio do Benfica?»

2 Comments:

At 13/3/06 19:08, Blogger K. said...

K: Realmente, só um tiro?
LA: Dava mais do que um tiro, K?
K: Não, nem pensar, eles já têm o kit de sócio...
LA: Ah, pois é... e o Veiga...

 
At 3/3/07 06:56, Anonymous Anónimo said...

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