segunda-feira, abril 10, 2006

início

um dia tudo é branco. sei que há um momento em que os pormenores se esfumam. todos eles.

os abraços.
os beijos.
o carinho.
as mensagens.
os sorrisos.
o brilho no olhar.
a cumplicidade.
a esperança.
a confiança.
as confidências.
a novidade.

existe um mundo de cores à minha volta e quero escrevê-lo. e vou escrevê-lo, para me lembrar de cada dia e de cada hora que ali passei. para recordar o começo e a felicidade. para poder procurá-los no baú das recordações um dia, mais tarde, quando a vontade sumir.

é na rádio que sou feliz. naquela rádio. com o R a segurar-me na mão (fê-lo desde o primeiro instante) e o P a afagar-me a cabeça e a encorajar um caminho que começa agora. e com todos os N's, A's, L's e C's. e todos os outros que me abrem um sorriso, torcem por mim e dizem "tu és diferente".

terça-feira, março 28, 2006

eu sabia!

atrás de um gosto de ti e Parabéns vinha a melhor notícia do dia: ESTÁ CONTRATADA! pode regressar amanhã :))))))))))))))))))


[quem disse que o dia ia correr bem, quem foi? e ainda só vai a meio...]

acordar...

com uma beijoca beeeeeeeem lambuzada e um abraço apertadiiiiinho :)

e uma mensagem apenas porque gosto de ti.

[o dia vai correr bem de certeza!]

segunda-feira, março 20, 2006

ponto final

há uma parte de mim que não o quer fechar. olho para o livro e fecho com ele um momento tão íntimo que poucos reconhecem.

coloco-o na prateleira e temo não voltar a falar-lhe. a experiência que me segredou está guardada e acho que cresci um pouco com as personagens.

a página 221 grita, "e vejo-te lá em baixo, correndo agora através do jardim"... depois encerro-o, como um capítulo que terminou.

a leitura de um livro dura o tempo necessário para acumularmos vivências que, por obra e graça de uma metamorfose sublime, se tornam memórias. olho para a capa e penso que este foi o livro de um momento específico da minha vida. mau ou bom, não importa. interessa apenas que estive acompanhada.

uma morta e um vivo. confidências. partilhas. sonhos perdidos. saudade. confissões. verdades. receios. tudo o que por magia presenciamos. tudo o que a realidade se encarrega de nos dar.

música

"Deus não tem particular queda para a música - afinou alguns pássaros, certos tipos de chuva e as ondas do mar, mas deixou aos homens o sublime do som. Sempre tive a impressão de que Deus era mulher - e a Sua falta de talento para a música, se acreditarmos nas análises estatísticas sobre o sexo dos grandes compositores, prova-o. Outra prova é esta Sua compaixão para com as saudades que tenho de ti - uma forma de malícia, claro, mas nem por isso menos compassiva. Faz-me falta a música para dançar ao teu lado neste noante em que vogo. Tive a minha festa-surpresa, sim - apareceram-me todos, carregados de flores, ao lado do caixão. Mas só tu cantas encostado ao gelo da minha boca azul ".


Inês Pedrosa in Fazes-me Falta

sexta-feira, março 17, 2006

melodias

num dia perfeito, há uma banda sonora. tem o teu nome escrito em cada nota e é ele que me soa a cada palavra cantada. e estiveste sempre aqui, a dar-me colo e a pegar-me na mão. e disseste-me que os dias são meus e que tenho a obrigação de os viver assim.

[ainda bem que estás ao meu lado... mesmo quando não dou por ti...]

quinta-feira, março 16, 2006

p'ró umbigo

A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, afirmou hoje que a invasão do Iraque e do Afeganistão não foram "uma escolha", mas antes a consequência directa dos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.

"Estamos nesta guerra mundial contra o terrorismo não por escolha, mas porque os Estados Unidos foram impunemente atacados a 11 de Setembro por aqueles que querem destruir a nossa forma de viver", afirmou Rice, a bordo de um navio da marinha norte-americana, no porto de Sydney.


in Público, 16.Março.2006

quarta-feira, março 15, 2006

uma pérola

sons da nossa infância :)


estou há horas deliciada a recordar os meus tempos de garota. buáaaaaaaaaaa!

segunda-feira, março 13, 2006

SLB

Excerto de uma entrevista de António Lobo Antunes à revista Visão, onde, às tantas, se evoca a guerra do Ultramar em Angola.

«[...] Visão: Ainda sonha com a guerra?
Lobo Antunes: (...) Apesar de tudo, penso que guardávamos uma parte sã que nos permitia continuar a funcionar. Os que não conseguiam são aqueles que, agora, aparecem nas consultas. Ao mesmo tempo havia coisas extraordinárias. Quando o Benfica jogava, púnhamos os altifalantes virados para a mata e, assim, não havia ataques.

V: Parava a guerra?
L.A.: Parava a guerra. Até o MPLA era do Benfica. Era uma sensação ainda mais estranha porque não faz sentido estarmos zangados com pessoas que são do mesmo clube que nós. O Benfica foi, de facto, o melhor protector da guerra. E nada disto acontecia com os jogos do Porto e do Sporting, coisa que aborrecia o capitão e alguns alferes mais bem nascidos. Eu até percebo que se dispare contra um sócio do Porto, mas agora contra um do Benfica?

V: Não vou pôr isso na entrevista.
LA: Pode pôr. Pode pôr. Faz algum sentido dar um tiro num sócio do Benfica?»

(des)hábitos

"contigo eu podia ir sendo tudo o que tinha para ser, antes e depois e à margem desse trabalho de ser homem. ser e não ser teu amigo, por exemplo. a partir dos trinta anos desabituamo-nos de olhar para as pessoas que se cruzam connosco. como se disséssemos: inscrições fechadas. na infância, bastava um miúdo gostar do mesmo bolo que nós para lhe perguntarmos: 'queres ser o meu melhor amigo'? depois deixa de haver o melhor - entramos na idade das equivalências".


Inês Pedrosa in Fazes-me Falta