eu disse-te que a lista de compras era para respeitar. não percebo porque é que não podemos obedecer a alguma ordem de vez em quando. não bastava já o caos em que vivemos, pelo menos a lista de compras podíamos respeitar.
gostas de passear pelos corredores e olhar para as prateleiras, olhando-me em tom de desafio. só isto, e isto também não temos, isto é capaz de fazer falta...
pensei que eras só assim nas coisas superficiais e banais do quotidiano. enganei-me. a confusão faz parte da tua vida e não te importas de viver assim, sem regras. tens pilhas de livros espalhados pela casa, cd's amontoados na sala, junto à aparelhagem. mas estão por ordem alfabética, não entendo.
descubro aos poucos que gostas da tua organização no meio do caos. não mexo nos teus papéis, encontra-los sempre na desarrumação. é engraçado que te movas desta forma, na fronteira entre dois níveis. ainda agora, estou no teu portátil e não consigo encontrar a pasta onde guardaste as fotografias do verão. caberíamos tão bem na moldura.
tropecei há pouco nas calças do pijama que deixaste caídas quando foste tomar duche. foi há horas. nem me atrevo a dizer-te, sei que vais reparar e, sorrateiramente, virás pedir-me desculpa ao ouvido.
arrumo a despensa e o frigorífico e tenho a sensação que temos coisas a mais. prometes-me que foi a última vez. mas gosto de ti e sei que há coisas que não podemos mudar.
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